quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PAULA RUSSA, a heroína VIVA.

Ana Paula Gomes, a cápsula aberta há 55 anos atrás, dentro desta cápsula, foram colocados vários desenhos de alunos videntes. Esses desenhos, eram como as crianças sonhavam, o futuro de uma luta sem sangue, mas para derrame de sangue sem um invólucro.
E, chega a hora de se abrir a capsula. Envelopes foram retirados de dentro da mesma. Meu irmão, pegou um envelope e levou-o para casa. Ele abriu o envelope e o deitou no chão. Foi dormir.
Eu pego noutro envelope, neste continha números que descobri serem datas de explosões. Explosões sem alvo, sem direcção mas, para um grupo, o grupo de seres de Angola e do Mundo. Várias explosões aconteceram durante os 55 anos. E, ainda no envelope restavam mais explosões que viriam a acontecer.
A primeira explosão aconteceu, no Poesia Mulher, com o invólucro Despertar no Amanhã, seguindo outra explosão reafirmando Presença, as outras foram acontecendo, desde os infanto-juvenis às lindas canções, cantando as liras, citaras trombetas, quissanje no Primeiro natal de Joaninha. E, ainda se esperavam mais explosões. Encontro uma imensa fila. Saio do carro e vejo um camião de combustível a tombar atravessando a estradas nacionais do avô Ngola. Vou a correr e pergunto ao guarda: – Oque é que aconteceu? Ele me responde: -Narrativas Populares-mito e tradições explodiram. De ímpeto o guarda sai a correr. Quando direcciono o meu olhar no horizonte perdido, enxergo Jonito, vovô Juju e o Arco-iris, batendo nas minas de diamante.
Quando me viro, vejo um avião a bater nos fios de alta tensão, o avião arrasta a asa na pista, cai num local aberto e a cápsula explode. Eu me dirijo para lá para ver se havia sobreviventes, mas o guarda que me deixou a correr me impede. Eu queria contar para alguém, mas eu estava com medo de me chamarem de louco. Depois de um dia eu estava contíguo do local do próximo acidente. Fui à estação do CFB- Caminho de Ferro de Benguela. Quando cheguei lá vi uma carruagem que saia da linha, vindo em minha direcção e explode Poemas de Amor. Por sorte, consigo me afastar. Corro em direcção ao Museu de Arqueologia banhado pelas amadas águas do oceano atlântico da Praia Morena, sinto a explosão da linda história de Zito Maimba, sentindo o arrepio na pele assombrada pelo Colonialista Português.
Por pouco eu consigo me safar, relembrando o dia 1º de Dezembro, dia da Organização do Pioneiro Angolano, actualmente dia de Luta contra o VIH-SIDA deparo-me com outra explosão, desta vez infanto Juvenil. Colocando-me  em estrada para  Luanda, percebo o  ruido vindo do Zaire, terra sofrida com chuva e fome -  Banza Congo- reconhecida pela UNESCO como Património  Mundial da Humanidade. Fugindo a realidade da vida, vindo abraçar a Internet, e o facebook em particular deparo-me com Educação Politica e Patriótica ( EPP) e transparência de militante, explosões vindas do terceiro andar de um prédio qualquer. Recorro-me a UNITEL, para apaziguar as mágoas acumuladas, vejo o raiar explosivo  de amor para Meus Irmãos e irmãs. Uma explosão já vivida no na Pele de Zito Maimba com 150 centelhas letais. Mas perdidos na selva.
Enfim, acidentes só se repetirão daqui há mais 55 anos e tantos.

Por: Efraim Chinguto

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Mestre Andrade Jorge, sou muito hinrado pela visita. Obrigado. Continue a faze_lo.

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  2. Mestre, sempre com a sua coerência e sapiência na redação. De certeza, é uma bela e profunda homenagem.

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