Importância Leitura na promoção de Valores Culturais, Éticos, Morais e Cívicos.Por Efraim Chinguto

Importância Leitura na promoção de Valores Culturais, Éticos, Morais e Cívicos.

Antes de entrar no tema em enumeração importa falar do dia Internacional do Livro e Direitos de autor.

Data que  teve sua origem na Catalunha em Espanha. . Em 6 de fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol. A data  Começou a ser celebrada em 05 de Abril de 1926, em comemoração do nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol. O escritor e editor , Vicent Clavel Andrés, propôs este dia para a Câmara Oficial do Livro de Barcelona. No ano de 1930, a data comemorativa foi trasladada para 23 de Abril, dia do falecimento, em 1616 de dois dos maiores autores de Miguel Cervantes e William Shakespeare.

Já em 1995, a UNESCO instituiu 23 de Abril como o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em virtude de a 23 de Abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.

E como o Livro não nasce de mistérios passou a se celebrar também ao Direito daquele que escreve, o autor. Para que quando alguém querer adulterar as características parciais ou completas dos livros ou pensamentos possas ser responsabilizados civil, tal como podemos ver os artºs  1302º, 1303º do cc; 26, 27º do Código de Direitos de Autores e Criminalmente, de acordo como este se processe, e do bem em causa, o nosso Código Penal, nos crimes contra a propriedade  pune até 12 anos e 600 mil kwanzas de multa- dizer que o Nosso código penal é ético retributivo.

Falamos então um pouco do dia 23 que amanhã se assinala. Vamos então falar do tema central ”Importância Leitura na promoção de Valores Culturais, Éticos, Morais e Cívicos”

Dignos e dignas, alguém aqui não sabe a Importância Leitura na promoção de Valores Culturais, Éticos, Morais e Cívicos?

A leitura é uma das oportunidades mais democráticas e acessíveis de desenvolvimento pessoal e profissional. É através dela que o indivíduo quebra fronteiras e descobre novos universos sem ao menos sair do lugar.  Ler é um processo de expansão de si mesmo, a abertura para infinitas possibilidades, o caminho para o despertar de seu potencial pleno.

O indivíduo que pratica o hábito da leitura, absorve mais conhecimento e promove sua evolução enquanto ser humano e profissional. Os livros são fontes de riqueza, não somente em carácter material mas também no sentido mais sublime da palavra, é uma questão de engrandecimento como um todo.

Benefícios da leitura para a vida pessoal e profissional

·         Aumento do senso crítico;

·         Evolução do pensamento sistémico;

·         Vocabulário amplo e rico;

·         Desenvoltura na oratória e expressão;

·         Melhora na escrita;

·         Maior capacidade de persuasão;

·         Estímulo à abertura de novas opiniões e pontos de vista;

·         Expansão do repertório cultural;

·         Maior qualidade nas relações interpessoais;

·         Autodesenvolvimento contínuo.

Dicas para Impulsionar suas Leituras

Ler é um hábito estimulado pela educação e exemplo familiar, pois o “gosto” pela leitura não é uma característica nata, ou seja, o indivíduo não nasce com essa habilidade, como se fosse um diferencial. Se tornar um leitor requer motivação, foco e persistência. Assim como o corpo necessita de exercícios para se manter saudável, a mente também necessita de cuidados, e a leitura é uma das práticas mais efectivas. Podemos fazer analogia da internalização do hábito de ler ao processo de mudanças de um sedentário que passa a inserir em seu quotidiano as actividades físicas.

No início ele necessita despender energia e força de vontade extra para não desistir desse novo estilo de vida, mas com o passar do tempo ele se adapta e sente falta quando não pratica. Portanto, melhorar seus hábitos de leitura é um processo contínuo, que deve ser exercitado diariamente.

Confira abaixo 5 dicas práticas e efectivas para melhorar seus hábitos de leitura.

Escolha livros de seu interesse

Ter razões que justificam o desejo de ler determinado livro, facilita a criar o hábito da leitura e torna o processo mais natural, ou seja, você não lê por obrigação mas sim por motivação, por acreditar que realmente faz sentido.

Portanto, a primeira dica é procurar livros compatíveis com suas preferências. Não leia determinado livro só porque é considerado um clássico ou que as pessoas disseram que é bom, pois gosto é algo muito particular. O importante é conhecer a si mesmo, e partindo desse princípio, o indicado é que você encontre obras que te preencham de alguma forma. Se for uma obra mais voltada para conto e ficção, será uma excelente opção de entretenimento. Se for um conteúdo mais técnico, agregará em sua carreira, ajudando-o a aprimorar suas competências e habilidades. Permita-se ler os mais variados géneros dentro dos temas que mais lhe geram admiração ou curiosidade.

Separe um horário para ler

Todo hábito é criado a partir da repetição, independentemente do objectivo almejado, o importante é repetir diariamente, e para ler não é diferente. Separe todos os dias ao menos 30 minutos para se desconectar de tudo, pegar um bom livro e absorver novos conhecimentos. Com o tempo, este momento de pausa para a leitura sempre no mesmo horário, passará a fazer parte de seu cotidiano, se tornará um acto praticamente inconsciente.  Aproveite os momentos de ócio

Faça do livro seu companheiro para todas as horas. A fila do banco, a espera para consulta ou a hora do almoço são excelentes oportunidades de ócio produtivo

Estipule uma meta de leitura

Outro método bastante efectivo para estimular a leitura é definir metas. Estipule quantos livros gostaria de ler mensalmente e se comprometa com esse desafio.

Faça anotações

Faça um relatório de todas as leituras realizadas, ele te ajudará a visualizar de maneira mais concreta sua evolução a respeito de seu hábito literário, te incentivando a ler mais e superar as métricas atingidas.  Além disso, quando você faz anotações referentes aos próprios livros, facilita para encontrar e reler trechos importantes da obra.

Vale ressaltar que ler muitos livros não significa ler bem e com qualidade, a pressa impede que você analise sobre o conteúdo e internalize o conhecimento adquirido.  Mesmo lendo uma quantidade razoável de livros, faça anotações das conclusões obtidas e reflicta: Quais os aprendizados que levará conseguem?

O livro é de fundamental importância para o desenvolvimento das sociedades e para o crescimento intelectual do indivíduo. É ele que permite ao ser humano registrar fatos importantes da sua história e repassar tais fatos às sociedades posteriores; actuando como vector do conhecimento. 

É notável o avanço intelectual que o ser humano teve após a invenção da escrita. Foi a partir dela que ele pôde catalogar e compartilhar as suas descobertas; dando origem ao que chamamos de livro. Os Hebreus, por exemplo, a partir de um conjunto de livros conhecido como Pentateuco, formaram as bases do cristianismo ocidental. É válido citar, além dos Hebreus, os fenícios que a partir de escritos, contribuíram para as técnicas de navegação actual. Tudo isso só foi possível graças ao conjunto de obras escritas e organizadas em livros que permitiu a formação de um legado cultural para as civilizações posteriores. É dessa forma que a humanidade evolui: cada geração acrescenta e registra uma descoberta que será passada para a próxima geração. 

Além da importância de levar o conhecimento de geração a geração, que é o valor Cultural, de descrever o modes vivendi, o livro tem uma importância fundamental na disseminação do conhecimento em uma mesma geração. É o acesso a esse conhecimento que possibilita ao indivíduo o crescimento tanto intelectual quanto o financeiro. O acesso do indivíduo a esse conhecimento permite-lhe fazer comparações e associações as quais possibilitam o aprimoramento do conhecimento anterior. 

Sendo assim, o livro é o principal responsável pela sociedade que se tem hoje. É graças a ele que a medicina, as relações sociais e as outras áreas do saber evoluem a cada geração. 

Pois é…

Vamos falar deste tema sob capa dos Desafios da Educação para a Promoção dos valores éticos Morais e cívicos.

Caros: Saibam que os desafios da Educação não se localizam apenas na Escola, uma vez que temos a Escola maior – a família mas vou me dedicar na Escola, porque é  na escola onde a nossa Sociedade habituou a refugiar-se de certos assuntos sérios desde a alfabetização.

O Professor, Investigador  Rui Canário- da Universidade de Lisboa diz que “ Vivemos um desenvolvimento  tecnológico extremo inegável- fibra óptica, internet, etc, no entanto vivemos uma proporcional imaturidade politica Social. Existe um abismo imenso, pois, se a sociedade se desenvolve como pensamento  ou como tecnologia, ela retrocedeu, não sei se posso falar mais digo que sim, apesar de momentos diferentes através da nossa historia, vivemos uma imaturidade politica e social maior do que vivemos, e Ele diz que é Consequência do modelo escolar.

Para o Professor Rui Canário, a Nossa Escola produziu imaturos políticos e Sociais… é isso que vou argumentar.

O que é o novo modelo Escolar?

O nosso país, fruto da história do alfabeto, constitui um modelo escolar voltado para a reflexão do pensamento, uma escola questionadora e reflexiva, não apenas na leitura mas, na transmissão da própria oralidade- basta lembrarmos das famosas leitura e interpretação do texto, muito bem conhecida pelos mais velhos, onde a reflexão devia ser homogénia, de acordo com o entendimento do professor, era elitista uma escola voltada para poucos; que se dedicava a formar lideranças… Nota positiva até aí… Apesar destes bons métodos, penso que era um mecanismo de exclusão, mas necessário na época.

A educação era um favorecimento a determinadas pessoas, de uma classe, ou de um grupo de intelectualidade; a educação era o prémio dado aos melhores. Podemos olhar para o modelo de acesso na Altura no Liceu e ensino médios

Com o passar do tempo, a educação passou a ampliar as suas acções – Escola para todos;- todos devem ir a escola.

Com essas vozes a Escola passa a ter algumas  características no meu entender:

1-   Escola como fábrica de pessoas para o mercado ou escola de Massas

É escola como fabrica porque torna-se uma unidade que produz com rapidez, numa linha de montagem o conhecimento que ela quer administrar… Começa com a cabeça, depois os braços o corpo, as pernas e já, sai a boneca pronta, não nos questionamos de onde veio a boneca, estas partes equiparadas ao Inglês, Matemática, Historia, Biologia, Química, Português, Literatura, e outras no Ensino médio temos 13 ou 11 disciplinas- o que caracteriza a produção em massa da fábrica; caracteriza segmentos e fragmentação, como senão bastasse o conteúdo, a matemática biologia, química Português Historia, literatura que são as disciplinas.

As nossas aulas duram 45 minutos, toca o sino pim, pim… A matemática , a física , a Literatura, imaginem dar aulas de Literatura em 45 minutos, Assunto: Escolas e Doutrinas literárias… quando os alunos estão quase a entrar em êxtase toca o sino. O Sino é um sinal Sonoro, também é coisa de fábrica( Como os mais velhos guardam este assunto tão sério para a Escola/ Fabrica?)… A nossa escola segmentou o máximo o saber, esta é a característica da segmentação;

2-   Outra característica da escola, a segunda é a Escola como Reformatório ou como uma prisão, o cavaco que é dos criminosos.

A escola como prisão é também uma unidade curricular e o currículo deste, chama-se grade… Grade curricular, temos as disciplinas. Na escola como prisão a Avaliação chama-se Prova, quer dizer que o aluno vai na avaliação condenado, tem que provar que é inocente e aí passa e se absolve… É esta escola que estamos a empurrar os nossos filhos e cantamos a musica altissonante, estes filhos , alunos de agora…

A formação do novo cidadão, a educação, como política, da lugar de actuar na sociedade, Edgar Amorim “ antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu de origem sefardita”. Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), diz que  temos que aprender   mas não sabemos aprender… Mas mais do que aprender a aprender nós temos que aprender a inverter uma lógica, baseada na seguinte questão:

- o que é que faz a Escola?

 A escola ensina, pois não,  e o aluno aprende?

Para Amorin, a Escola tem que aprender, o professor tem que aprender e o professor não pode mais ensinar… Então vamos já excluir esta palavra a Escola não Ensina, excluímos pelas seguintes razões:

1-    O professor não ensina mais , o professor  é aquele que estimula a aprendizagem;

- Ninguém ensina aquilo que o outro de algum modo não perceba, que o conhecimento o estimule, porque ele pode decorar…

- Mas, aprender a pessoa só aprende aquilo que nos toca afectivamente, humanamente, o que nos move; Ninguém ensina aquilo que  o outro já não esteja de alguma maneira de acordo para saber ou queira saber, ou tenha interesse em saber;

2-    Quando o professor ensina ele é o centro da questão, então ele tem o poder hierárquico que atrapalha a relação do conhecimento ( Chamamos a isto Abismo entre o professor e o aluno);

3-    Para nós os famosos professores.

Com as mudanças tecnológicas, os conhecimentos mudam todos os dias, o professor não está em condições de saber mais que o aluno o tempo inteiro, todas as disciplinas, não tem. O aluno nestes termos pode saber mais que o professor, até desde os de 10 anos- Ex…

Devemos parar de ser professores… É bom também ser educador. O professor estimula o aprendizado, não é aquele  que sabe tudo, mas aquele que tem o interesse em tudo, esse é o professor… Eu não tenho a obrigação de dar conta de tudo.

Edgar Morim, diz que todo o saber é provisório- Principio da instabilidade- Identidade.

Se todo o saber é provisório, meus caros e caras, devemos nos equipar sempre, olhar para o interior de mim da minha casa ver se a transmissibilidade dos valores anto- antropológicos estão a ser salvaguardados… lembrem-se daquele ditado chinês- a verdade de hoje pode ser a mentira do amanha- Nda u malehe li malehã momo vo kulu muli oku tala…

A internet acabou com a mata do conhecimento, ainda não acabou mas, felizmente vai acabar. Então, quem vai estar no auge do conhecimento?, quem vai ser o papa do pensamento? O curioso, o estudioso, o investigador?

-Não será aquele que acumula  apenas conteúdos ; porque quem acumula conteúdos não pensa, pensar exige, vazio à reflexão, reflexão exige vazio, não saber Eu só aprendo quando não sei. Porque se Eu já sei , eu não aprendo, estou cheio, como vou aprender se acumulo ( Nagrelha; O profeta não é dono no seu estado)…

Conexão – Nós não vivemos da conexão e do link? A conexão é uma realidade da nossa actual vida. Alem do ambiente eterno da escola sem um ambiente democrático e respeitoso a preocupação do conhecer constante, a escola tem que se abrir para o entorno da mediato da comunidade, dos vizinhos . Ela tem que se relacionar com esses vizinhos… Ah- diriam alguns, como a escola vai se relacionar, se o S. João é um bairro de Bandido? A escola tem que discutir  a violência, quotidianamente, normalmente.

Se a pessoa entende o processo de exclusão social, tem como se defender mas, se não entender será vítima dela. Ter coragem de discutir as questões que nos afligem directamente, temos que discutir

Pensar não é dar resposta, é trazer autores, trazer temas e discutir. Novos problemas obrigam a repensar o papel da ética.

É neste contexto que a ética se vai aplicando a diferentes disciplinas:

a)   A sociedade de risco é uma sociedade que coloca o problema da precaução e da prevenção dos riscos- surge a ética para a civilização tecnológica;

b)   Como promover virtudes públicas que se harmonizem com a justiça? Desenvolve-se a ética do Direito

c)   Analise dos problemas ambientais pela consequência do desordenamento do território e da aplicação do desenvolvimento cientifico e tecnológico – Surge a ecoética,

d)   Coloca-se o problema das questões da vida com o avanço da tecnologia- surge a bioética

e)   Surge o problema do exercício de cidadania na defesa da democracia e de uma solidariedade antropocósmica- ética da cidadania

f)     O valor da tolerância, o direito a diferença, o respeito pelo homem, fazem desenvolver uma uma nova axiologia ou ética mínima- a Declaração universal dos Direitos do Homem.

Rui Canário, chama isso Educação pela Arte

“ Pessoas sensíveis esteticamente são pessoas mais éticas”. Quem é sensível ao sofrimento é também respeitosa… pessoa plastificadas não podem ser éticas.

A escola não é problema da Escola é problema da Cidade.

Ou nos criamos uma cidade educativa ou não teremos nem cidades, nem sociedades nem ser humano.